quinta-feira, maio 31, 2012


CASOS DE FAMÍLIA

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Estou muito perto do "grande dia". Caramba! Esperei ansiosamente esta data, durante muito tempo. Além de tirar a habilitação e assinar meus documentos, não vejo mais nada de importante nisso. Mas né... 18 anos!
Quando eu era pequena, foi difícil absorver a ideia de só ter mãe. Ver minhas amigas sendo deixadas na escola pelo pai me doía muito. Depois, esqueci. Vi que poderia continuar caminhando sem uma figura masculina dizendo SIM ou NÃO. Se o gênio da lâmpada aparecesse hoje, eu não ia querer três pedidos. Apenas um: a resposta de todas as minhas perguntas.
A maioridade chegou e já faz mais de 14 primaveras desde que você me deixou. Eu só queria saber por quê você se foi. Pode imaginar quantas saudades eu senti? E o adeus que eu não pude dar? Eu era só uma criança.
Dentro de uma semana me tornarei legalmente mulher,  adoraria saber se você ainda se lembra de mim e quantos anos eu farei. Será que todos os anos você presta atenção no dia 7 de junho? Por que você não me procura?
Quando alguém morre somos obrigados a lidar com isso, mas se há algo que eu jamais vou entender é como alguém vivo, tem coragem de insistir em ficar longe. 
Não que eu tenha te esquecido, eu até tentei, mas ultimamente estou aprendendo a aceitar o fato de quem está perdendo com isso é você, não eu.
E parabéns para mim. 

2 comentários:

Camy disse...

Não sei se entendi o texto, mas vamos lá: Seu pai ainda é vivo mas não te procura, né?! Se sim, acontece o mesmo comigo... Tenho meu padrasto desde meus 4 anos, mas convivi com meu pai até meus 10 anos, até que ele se separou de minha madrasta e sumiu por aí. Sei em que cidade ele mora, mas ele também sabe onde moro. Vive vindo na minha cidade, mas não tem a coragem e capacidade de vir me ver! Minha mãe mandou avisa-lo que eu não quero dinheiro, só quero um pai presente. Mas, apesar de tudo, não tenho raiva dele. Pelo contrário, gosto muito. Mas gostaria que ele visitasse mais... daqui a pouco entro na faculdade e ele pensará que ainda estou no fundamental... é tenso!
http://chegadedilemas.blogspot.com.br/

Larissa Bés disse...

Oi Camylla! Bom, então estamos no mesmo barco. Meu pai sumiu, sem satisfações, quando eu tinha 4 anos de idade e nunca mais voltou. Sei que ele mora na cidade ao lado, vejo o irmão dele as vezes na rua, mas ninguém tem notícias dele, só sabemos que está vivo no litoral de São Paulo. Só o que eu não entendo, é como e por quê ele fez uma coisa dessas, não voltou, depois de tanto tempo, para saber como a filha (eu) está. Dói, já senti muita raiva, mas hoje eu tenho pena. Tomara que um dia ele perceba o erro que está cometendo e eu só peço a Deus para que não seja tarde demais. Beijos!

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