terça-feira, maio 29, 2012


A PRESENÇA DA AUSÊNCIA

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Estou há poucas horas longe de você. Quer dizer, poucas pelo tempo que já fui obrigada a ficar.
Depois que você se foi esta manhã, meu dia foi cansativo. E mesmo com toda a distração do cotidiano, era meu lado inquieto que prevalecia. Enquanto via a paisagem pela janela do ônibus, meu peito apertado cogitava em puxar assunto com a senhora simpática ao meu lado, apenas para desabafar e dizer para alguém, além de você, o quanto eu te amo, para contar meus sonhos para nossa vida e futuro. Mas não, ela não entenderia a intensidade desse amor. Ao invés de falar, me calei no cantinho, encolhida na janela, e repassei nossas noites. Tentei escolher a mais legal, engraçada, romântica, ou feliz, que já tivemos. Desisto. Não dá. Você se supera sempre.
Foi aí que percebi que eu tinha chego no meu destino, era hora de descer e trabalhar. Algumas horas, só algumas horas. Se fosse como há dois dias, seria muito mais fácil de digerir, afinal, tinha alguém do outro lado da avenida, me observando e sorrindo pra mim. 
Eu deveria estar feliz. Aliás, estou. Seria ingratidão da minha parte dizer que não. Embora eu esteja bem e minha família também, já está na hora de dormir e meu quarto não tem bagunça, tênis masculino, nem o cheiro do seu desodorante. Não tem você saindo do banho, nem cama arrumada para dois. Tudo o que tem é uma escova de dentes esquecida por aí. 
_ Tá faltando alguma coisa, Larissa?
_ Tá mãe, tá faltando TUDO. Boa noite.

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